A obesidade é definida através do cálculo do índice
de massa corpórea, o IMC, que é a relação do peso
dividido pela altura elevada ao quadrado (IMC=peso/altura2). Um IMC entre 25
e 30 é considerado sobrepeso e acima de 30 obesidade. A obesidade mórbida
ocorre quando o IMC é maior que 40. Calcule aqui seu IMC
Muito mais do que estético, a obesidade é um problema de saúde.
Doenças como diabetes, pressão alta, elevação de
colesterol, esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado),
artrose, apnéia do sono entre outras estão relacionadas ao excesso
de peso. Além disso, está comprovado que pessoas obesas morrem
mais do que pessoas de peso normal – geralmente por complicações
cardiológicas.
Infelizmente a obesidade se tornou uma epidemia. Dados brasileiros de 2018 mostram que 56% da população brasileira se encontra com excesso de peso e 19,8% já apresentam obesidade.
A primeira escolha para o tratamento da obesidade é o tratamento clínico,
que consiste na realização de atividade física, reeducação
alimentar e uso de medicações em casos selecionados e sob supervisão
médica. Em casos de obesidade extrema e falha do tratamento clínico,
há indicação da cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica, também chamada de cirurgia de redução
do estômago ou cirurgia da obesidade, é indicada nas seguintes situações:
- obesidade mórbida com IMC > 40
- obesidade com IMC > 35 na presença de doenças associadas à
obesidade
- idade entre 16 e 70 anos
- apresentar IMC e doenças associadas há pelo menos 2 anos e ter
realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva
do peso
A técnica de “Capella” sem anel, ou também denominada
“bypass gástrico sem anel” (figura 1c) é o tipo de cirurgia
realizada na maioria dos casos operados pelo Dr. Vitor. Esta cirurgia é
a mais estudada, com benefícios comprovados e menor incidência de
complicações, sendo atualmente a cirurgia bariátrica mais
praticada no mundo. Nesta cirurgia é feito um grampeamento que reduz o
estômago a uma capacidade de 30 a 50 ml associado a um desvio do intestino,
que diminui a capacidade de absorção de alimentos, sendo portanto
uma cirurgia mista.
Existem três tipos básicos de cirurgias bariátricas. Existem
cirurgias que apenas diminuem o tamanho do estômago, que são chamadas
do tipo restritivo [banda gástrica ajustável (figura 1a) e gastroplastia
vertical em “sleeve” (figura 1b)]. A perda de peso se faz pela redução
da ingestão de alimentos. Existem também as cirurgias mistas, nas
quais há a redução do tamanho estomago e também um
desvio do trânsito intestinal, havendo desta forma, além da redução
da ingestão, diminuição da absorção dos alimentos,
portanto a perda de peso é maior do que nas cirurgias restritivas. As cirurgias
mistas podem ser predominantemente restritivas [bypass gástrico com e sem
anel (figura 1c)] e predominantemente disabsortivas [derivações
bileopancreáticas (figura 1d)]. As cirurgias puramente disabsortivas foram
praticamente abandonadas por conta da alta incidência de efeitos colaterais
como desnutrição e deficiência de vitaminas e minerais.
Veja aqui um vídeo que mostra como é feita a cirurgia >>
Atualmente as cirurgias bariátricas são feitas por videolaparoscopia, uma técnica cirúrgica minimamente invasiva realizada por auxílio de uma câmera de vídeo e sem a realização de um grande corte no abdômen. O instrumental cirúrgico e a endocâmera entram na cavidade através de trocaters, que são como tubos que são introduzidos através de pequenas incisões na pele. A dor é muito menor porque praticamente não há cortes, e assim a recuperação do paciente é muito mais rápida, o paciente volta a andar, trabalhar, dirigir e fazer exercícios muito mais cedo. Também diminuem as chances de infecção e sangramento.
Em alguns casos o cirurgião opta pela colocação de um dreno, que é um tubo cirúrgico que comunica a região operada com a área externa, visando à eliminação de líquidos que possam se acumular dentro do abdômen. Geralmente o dreno é retirado 7 a 10 dias após a cirurgia.
É esperada uma perda de peso de 70 a 90% do excesso de peso (cerca de 25-30%
do peso corporal), e principalmente, a melhora ou remissão das doenças
relacionadas à obesidade (como hipertensão, diabetes, etc.) em mais
de 80%, ocorrendo assim a diminuição do risco de morte, aumento
da longevidade e melhora na qualidade de vida. Portanto, mais importante do que
a perda de peso é a melhora na qualidade e quantidade de vida que os pacientes
operados têm. A cirurgia não é estética, é para
a saúde!
Em relação ao peso, a maior perda de peso ocorre nos primeiros 3
a 6 meses; após este período a velocidade do emagrecimento vai diminuindo
até o peso estacionar, o que geralmente ocorre entre o primeiro e o segundo
ano após a cirurgia. É comum um leve ganho de peso, seguido então
da manutenção do peso perdido a longo prazo.
Queda de cabelo e fadiga, cansaço e intestino preso são comuns nos
primeiros 6 meses, quando ocorre a maior perda de peso, e tendem a melhorar com
o tempo conforme o peso estabilizar.
No entanto, nem todos os pacientes tem o mesmo resultado. O sucesso da cirurgia
e a manutenção da perda de peso não vêm por milagre,
sendo necessários dedicação e vontade do paciente para mudar
seus hábitos e seguir um novo estilo de vida.
Infelizmente em alguns pacientes ocorre reganho de grande parte do peso perdido.
Na maioria destes casos, não ocorre uma falha da cirurgia, mas sim uma
falha do paciente em manter uma dieta balanceada e atividades físicas.
A cirurgia é apenas o primeiro passo rumo a uma nova vida e é preciso
abandonar antigos costumes nocivos e adotar uma forma de vida mais saudável
para obter resultados duradouros.
As modificações na alimentação e no estilo de vida
do paciente devem começar numa fase anterior à cirurgia, para que
ele tenha tempo de se habituar à nova rotina que será imposta depois
da cirurgia. Portanto, é necessário um preparo adequado, sendo necessárias
avaliações com equipe multidisciplinar e realização
de exames específicos.
Após a consulta com o Dr Vitor, serão solicitados os exames pré-operatórios
e as avaliações necessárias.
Avaliações e exames a serem realizados na própria clínica
Medssim:
• Avaliação endocrinológica e exame de bioimpedância
com Dra Patrícia
• Avaliação pneumológica caso indicado pelo Dr Vitor
• A valiação nutricional com Dra. Amanda Alcântara ou Dra. Juliana Roque
• Avaliação psicológica com Dra Juliana Gasparelli
• Exame de endoscopia digestiva alta
Outros exames a serem realizados são exames de laboratório, radiografia
do pulmão, ultrassom de abdômen e densitometria óssea. É
necessária também uma avaliação com o cardiologista,
que pode ser feita com seu médico de preferência.
Além disso, o paciente deve comparecer obrigatoriamente às reuniões
informativas sobre a cirurgia com a participação da equipe médica
e com pacientes já operados.
Os principais cuidados que devem ser tomados antes da cirurgia são:
• Interromper tabagismo pelo menos 45 dias antes da cirurgia
• Interromper anticoncepcionais e reposição hormonal da menopausa
pelo menos 30 dias antes da cirurgia, mas mantendo o cuidado para não engravidar
neste período (usar preservativo).
• Compensação de doenças pré-existentes como
diabetes, pressão alta, problemas hormonais, etc.
• Não engordar! E para pacientes muito obesos, uma redução
de peso antes da cirurgia é recomendada para diminuir os riscos cirúrgicos.
Portanto, seguir as orientações da nutricionista antes mesmo da
cirurgia é muito importante.
A clínica Medssim promove mensalmente uma Reunião informativa sobre
a Cirurgia de Obesidade.
Iniciamos a Reunião com uma palestra ministrada pela Dra Patrícia
e pelo Dr Vitor em que explicamos alguns aspectos sobre a cirurgia de obesidade
(o que é a obesidade, quais as indicações e contraindicações
para a cirurgia, resultado esperado, como é realizada a cirurgia, como
é o preparo pré-operatório, cuidados pós-operatórios,
etc). Após essa breve “aula”, os participantes podem fazer
perguntas e tirar dúvidas com os membros da Equipe.
Então a psicóloga Dra Regiane Érica da Silva e a nutricionista Dra Juliana Roque e Dra Amanda Alcântara e organizam uma atividade interativa, convidando pacientes já operados
a contar como foi a sua experiência com a cirurgia e como é a sua
vida hoje. Aqueles que desejam operar podem perguntar aos operados sobre dúvidas
do “dia a dia” após a cirurgia bariátrica. Para encerrar
a Reunião fazemos um lanche (light é claro) quando todos conversam
descontraidamente em pequenos grupos.
É um evento totalmente gratuito e aberto a pacientes e familiares, cônjuges
e amigos que possam ter interesse na cirurgia bariátrica.
A reunião acontece de janeiro a novembro, geralmente na terceira quarta-feira
do mês, às 19:00hs, com duração de cerca de 2 horas,
no Centro Educacional de Andradina - COC – Rua São Paulo 719, Centro, Andradina-SP.
Confirme com nossas secretárias e participe!
Contamos com sua presença e de seus familiares!
A cirurgia tem duração aproximada de 2 horas, e em geral o paciente
fica internado por 2 dias. Na alta o paciente é orientado a usar uma injeção
subcutânea de anticoagulante por 7 dias (para diminuir risco de trombose
e embolia), são prescritos medicamentos para dor para serem usados se necessário,
e remédios para pressão e diabetes geralmente são suspensos
ou têm sua dose muito reduzida. Nas primeiras 2 semanas medicações
só devem ser usadas maceradas ou em forma líquida (gotas e xaropes),
comprimidos só são permitidos após 15 dias da cirurgia.
A cirurgia não necessita de repouso absoluto; o paciente pode se levantar,
ir ao banheiro e tomar banho sozinho. É recomendável que caminhadas
leves sejam feitas assim que possível, para estimular a circulação.
O afastamento do trabalho é por volta de 15 a 30 dias, a depender do tipo
de atividade. O paciente não deve dirigir nos primeiros 15 dias, não
deve ter relações sexuais por 30 dias e não deve fazer esforço
físico intenso (levantar peso) nos primeiros 45 dias após a cirurgia.
Após o período de recuperação é muito importante
iniciar alguma forma de atividade física: o paciente que faz atividade
física após a cirurgia perde mais peso, de forma mais saudável,
e consegue manter melhor a perda de peso a longo prazo.
Em relação à dieta, nos primeiros 14 dias só são
permitidos líquidos, a partir do 15º dia inicia-se a dieta pastosa
e a dieta sólida só é permitida após 30 dias. A partir
desta fase o paciente pode comer os alimentos em sua consistência normal,
mas com o cuidado de mastigar bem o alimento, comer com calma e parar de comer
assim que sentir que está satisfeito.
Após a cirurgia a ingestão alimentar fica muito reduzida e a absorção
dos alimentos também fica prejudicada, portanto há risco de desenvolvimento
de deficiências de vitaminas e minerais. Para evitar desnutrição,
anemia e deficiências graves, é importante se alimentar com alimentos
saudáveis: ricos em ferro e proteínas (como carnes), cálcio
(leite, queijos, iogurtes) e vitaminas e minerais (frutas, legumes e verduras).
No entanto, mesmo com uma alimentação saudável a reposição
de vitaminas é necessária, pelo menos por 30 anos após a
cirurgia. Com 15 dias de cirurgia o paciente deverá iniciar um suplemento
proteico em pó e após 30 dias um comprimido de polivitamínico.
Outras reposições podem ser necessárias a depender de cada
caso, por isso é fundamental o seguimento pós-operatório.
A rotina de acompanhamento no pós-operatório inclui consultas e
exames trimestrais no primeiro ano de cirurgia, semestrais no segundo ano de cirurgia
e pelo menos anuais a partir do segundo ano de cirurgia.
Em resumo, após a cirurgia é necessário seguir as orientações
nutricionais e praticar atividade física para que sejam obtidos bons resultados
que possam ser mantidos a longo prazo. Além disso, é fundamental
a aderência às consultas com toda a equipe após a cirurgia.
O que você precisa saber sobre a Avaliação Psicológica na Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Ao Contrário do que muitos pensam, inclusive os próprios candidatos à cirurgia, a Avaliação Psicológica não serve para impedir que o paciente realize a cirurgia.
A Obesidade é uma doença Multifatorial (Com causas biológicas, ambientais, comportamentais, culturais e econômicas) que atinge cerca de 20% da população brasileira (Ministério da Saúde, 2019). Após os tratamentos convencionais não serem efetivos, a cirurgia bariátrica é recomendada como tratamento da obesidade. É indicada para pacientes que possuem IMC maior que 40 kg/m² ou acima de 35 kg/m² associado a alguma comorbidade, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, apneia do sono, esteatose hepática, colesterol elevado entre outras.
A cirurgia bariátrica e metabólica possui excelentes resultados: reduz 62% os índices de insuficiência cardíaca; 33% os índices de AVC; 31% as chances de infarto e em 66% as doenças renais. Diminui também a probabilidade do paciente evoluir para as formas mais graves da COVID-19 (SBCBM,2020).
As causas da obesidade são multifatoriais, portanto, é importante considerar os fatores endógenos e exógenos.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que o paciente seja acompanhado por uma equipe multiprofissional (cirurgião, endocrinologista, psicólogo, nutricionista). A equipe da Medssim possui experiência no manejo do paciente bariátrico e metabólico oferecendo um serviço especializado e de excelência.
O papel do Psicólogo, no manejo do paciente bariátrico é de realizar um acompanhamento em todo o processo terapêutico. Desde o pré operatório através da avaliação e preparo psicológico até o acompanhamento pós operatório com a psicoterapia.
A avaliação psicológica é fundamental para preparar emocionalmente o paciente para a cirurgia. No pré operatório, a psicóloga identifica os transtornos psiquiátricos presentes e realiza o devido tratamento. Além disso auxilia na identificação da relação que o paciente tem com o alimento e dos hábitos alimentares. Ademais, contribui com o paciente quanto à compreensão dos aspectos decorrentes do procedimento cirúrgico, riscos/benefícios e expectativas.
O suporte familiar é fundamental neste processo. A família e os amigos desenvolvem um papel importante no processo do emagrecimento, tanto no pré, quanto no pós operatório, no intuito de oferecer acolhimento, amor e respeito.
No Pós Operatório as mudanças ocorrem em um curto espaço de tempo, e o trabalho da psicologia neste período é de ajudar o paciente a enfrentar as mudanças emocionais e corporais que surgem após a cirurgia. Uma nova identidade vai se estabelecendo aos poucos, surgindo uma nova auto imagem que influencia na autoestima. Neste sentido o trabalho é para que o Corpo e a Mente se ajustem, a fim de proporcionar estabilidade para que o paciente se beneficie dos resultados da cirurgia.
O acompanhamento psicológico é necessário em todas as fases do Processo. Ele é importante para evitar a recidiva de peso, o alcoolismo, compulsão por compras entre outros. Além disso, auxilia o paciente a adquirir um estilo de vida mais saudável e com mais qualidade de vida.
A consulta com a nutricionista é um processo essencial no preparo de pacientes
que serão submetidos à cirurgia de obesidade. Seguir as orientações
nutricionais é fundamental, tanto antes da cirurgia quanto após
a cirurgia.
As mudanças nutricionais devem ser implementadas antes da cirurgia, para
que haja perda de peso pré-operatória diminuindo assim o risco cirúrgico,
e também para que o paciente tenha tempo de se habituar à nova rotina
que será imposta depois da redução do estômago.
Após a cirurgia, as orientações nutricionais devem ser seguidas
a risca para evitar complicações relacionadas à cirurgia
e outras, como por exemplo, vômitos, mal-estar, desnutrição
e reganho de peso.
A dieta do pós-operatório compreende várias etapas que devem
ser seguidas pelo período de tempo indicado. No início são
permitidos apenas líquidos, depois progredindo para alimentos de consistência
pastosa e só depois para alimentos sólidos.
ALIMENTAÇÃO APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA
1ª FASE: DIETA LÍQUIDA
Esta fase compreende as duas primeiras semanas após a cirurgia, os alimentos
só podem ser consumidos na forma líquida em pequenos volumes, cerca
de 30 a 50 ml, com um intervalo de 15 minutos entre cada refeição.
Tem como principais objetivos o repouso gastrointestinal, visando uma cicatrização
adequada, e a manutenção do paciente bem hidratado.
Nesta fase os líquidos permitidos são chás, suco de fruta
e legumes naturais, água de coco, isotônicos, caldos caseiros de
carnes e legumes.
Como consequência da alimentação liquida, a perda de peso
é bastante grande nestas duas semanas.
2ª FASE: DIETA PASTOSA
Essa fase dura cerca de 2 semanas, o paciente tem que mastigar bem os alimentos
e comer pequenas quantidades.
Os alimentos permitidos nessa fase são papinhas de legumes e frutas,
mingaus, caldo de feijão, vitaminas de frutas com leite desnatado e iogurte
isento de açúcar.
Nesta fase inicia-se o uso de complemento a base de proteína para evitar
carências nutricionais.
3ª FASE: DIETA SÓLIDA
A dieta sólida inicia-se após 30 dias da cirurgia e já
podem ser introduzidos alimentos sólidos de forma gradativa. Os alimentos
devem estar bem cozidos, serem de fácil digestão e precisam ser
muito bem mastigados e consumidos em pequenas quantidades.
A partir dessa fase o paciente já pode comer frutas, legumes, verduras,
cereais, leite e derivados desnatados, carne, peixe, ovos, massa, arroz, em
pequenas quantidades e de acordo com a sua tolerância. Deve-se dar preferência
aos alimentos mais nutritivos escolhendo fontes diárias de ferro, cálcio
e vitaminas e minerais.
Os líquidos só devem ser ingeridos entre as refeições,
sendo importante beber pelo menos 2 litros de água por dia para prevenir
a desidratação.
O QUE NÃO PODE COMER APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA
Nos primeiros 3 meses após a cirurgia bariátrica são proibidos
alimentos como:
- Café, chá mate, chá verde e chá preto;
- Pimenta, condimentos químicos, como Knor, Sazon, mostarda, ketchup,
molho inglês, shoyo;
- Enlatados, embutidos e em conservas;
- Sucos industrializados em pó, refrigerantes, mesmo sendo isento de
açúcar e água gaseificada;
- açúcar, chocolate, balas, chicletes e doces em geral;
- Frituras e alimentos gordurosos;
A bebida alcoólica só é permitida após 6 meses
de cirurgia bariátrica, porém é recomendável que
esta seja abolida da dieta . Alimentos como
mousse de chocolate, leite condensado ou sorvete são muito calóricos
e devem ser evitados, não só pelo risco de causarem síndrome
de dumping mas também porque mesmo
consumidos em pequenas quantidades podem levar a perda de peso menor do que
a esperada ou reganho de peso.
Como todo procedimento cirúrgico, a cirurgia de obesidade pode apresentar
riscos. O risco de morte é baixo, comparável à cirurgia de
retirada da vesícula biliar em pacientes obesos- desde que todos os cuidados
necessários antes, durante e após a cirurgia sejam respeitados.
Complicações cardíacas e clínicas (como por exemplo
embolia pulmonar) se tornaram raras após o surgimento de novos protocolos
que incluem avaliações pré-operatórias mais detalhadas
e a utilização no pós-operatório de medicações
e materiais específicos (como anticoagulantes, bota pneumática,
meia elástica, respiron). Complicações cirúrgicas
como fístulas, deiscências, infecções, hemorragias,
úlceras e estenoses da anastomose do estômago e intestino podem ocorrer,
porém a identificação e o tratamento clínico precoces
(jejum por mais tempo, antibióticos, etc) permitem sanar estes problemas
na maior parte das vezes sem necessitar de reoperação.
Náuseas e vômitos acometem alguns pacientes nas fases iniciais de
adaptação à dieta, mas raramente persistem. Gases fétidos
e/ou diarreia podem ocorrer, principalmente após a ingestão de alimentos
gordurosos. O “dumping” é comum, veja mais informações
Anemias, desnutrição e osteoporose (doença em que ossos ficam
fracos) são complicações que podem acontecer principalmente
em pacientes que não se alimentam de forma adequada e não usam as
reposições/vitaminas indicadas.
É possível o surgimento de pedras na vesícula biliar após
grandes perdas de peso, então pacientes submetidos à cirurgia de
estômago devem ficar atentos ao surgimento de sintomas e fazer os exames
de rotina.
Em resumo, para minimizar o risco de complicações é indispensável
acompanhamento médico, psicológico e nutricional durante todas as
fases da cirurgia.
A síndrome de Dumping ocorre em até 50% dos pacientes após a cirurgia bariátrica. É um mal-estar que ocorre logo após a alimentação, geralmente após a ingestão de alimentos ricos em açúcar como milk-shakes, leite condensado, creme de leite, sorvetes, flans, pudins, chocolates. O paciente pode sentir sintomas como diarreia, tontura, fraqueza, palpitações, taquicardia, rubor, sonolência, desmaios, náuseas, vômitos e dores abdominais. Os sintomas geralmente melhoram espontaneamente em cerca de 15 minutos, e o principal é evitar comer alimentos que provocam o dumping. Ao contrário do que pode parecer, não é um grande risco para a saúde. Na verdade é até benéfico, pois evita que o paciente coma alimentos doces e gordurosos, que são muito calóricos e podem levar a reganho de peso.
Já a hipoglicemia é uma mal-estar que aparece de 1 a 3 horas após a refeição, e provoca sensação de fome, tremedeira, suor frio, tontura e palpitação. Para que haja melhora do mal-estar, o paciente precisa comer alguma coisa (diferentemente do dumping, não há melhora espontânea na hipoglicemia). Para evitar seu aparecimento, o paciente deve ter uma alimentação balanceada e fracionada (evitar longos períodos em jejum), evitando carboidratos simples e de alto valor glicêmico (arroz e farinha branca, açúcar, sucos, frutas muito doces) isolados na refeição. Em casos em que não houver melhora com a dieta pode ser necessário uso de medicação.
Não há cura para o dumping ou hipoglicemia mas a grande maioria dos pacientes aprende a conviver, passando a evitar os alimentos que lhes são menos favoráveis.
Após a cirurgia da obesidade, as bebidas alcoólicas são absorvidas
com maior rapidez no estômago e intestino, levando a embriaguez mais rápida
e amplificando os efeitos nocivos do álcool sobre o organismo. E o paciente
com traços de compulsão alimentar antes da cirurgia, quando submetido
à restrição alimentar do pós-operatório, pode
desviar sua compulsão para o consumo de bebidas alcoólicas, como
uma forma de compensação. Tudo isto pode levar ao desenvolvimento
de alcoolismo.
Além disto, bebidas alcóolicas são muito calóricas,
e podem atrapalhar a perda de peso. Portanto, a ingesta de álcool após
a cirurgia deve ser evitada.
A cirurgia bariátrica não deve ser realizada em mulheres grávidas.
Portanto as paciente em programação de cirurgia devem se prevenir
e se certificar que não há risco de gravidez. Em caso de atraso
menstrual, avise a equipe médica. As pacientes que fazem uso de anticoncepcionais
devem suspender seu uso pelo menos 30 dias antes da cirurgia. Neste período,
usar preservativo para evitar gravidez.
Relação sexual será permitida somente 30 dias após
a cirurgia.
A gravidez de uma mulher que já foi submetida à cirurgia bariátrica
é considerada mais segura e com menos riscos de complicações
do que a de uma paciente obesa. Porém, as mulheres devem aguardar pelo
menos 18 meses após a cirurgia para tentar ter filhos, pois esse e o período
em que ocorre uma rápida perda de peso, que leva à instabilidade
eletrolítica e nutricional. Pelo aumento da fertilidade após a cirurgia
bariátrica, é preciso evitar surpresas indesejáveis durante
este período.
Um mês após a cirurgia poderá usar métodos anticoncepcionais
hormonais para prevenir gravidez. O anticoncepcional oral (pílula por boca)
não deve ser usado, pois tem sua absorção prejudicada após
a cirurgia e deixa de ter eficácia. As seguintes opções devem
ser consideradas e discutidas com o ginecologista: anticoncepcional injetável,
vaginal ou adesivo (somente para menos de 90 kgs) ou DIU.
Após a cirurgia bariátrica, alguns pacientes (principalmente aqueles que perdem muito peso ou pacientes mais velhos, que já tem a pele mais flácida) podem precisar realizar uma cirurgia plástica para retirar o excesso de pele. O melhor momento para a realização da cirurgia plástica será quando o peso estiver estabilizado, o que geralmente ocorre após 1 a 2 anos da cirurgia bariátrica.
Para mais informações sobre cirurgia bariátrica, acesse os
seguintes sites:
• Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia