Clínica Medssim

Obesidade infantil: descubra os caminhos para o tratamento eficaz

A obesidade infantil é uma doença crônica que vem crescendo de forma preocupante nas últimas décadas. Mais do que uma questão estética, trata-se de um distúrbio metabólico que afeta o desenvolvimento físico, emocional e social da criança.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 39 milhões de crianças menores de cinco anos apresentam sobrepeso ou obesidade — um dado que confirma a urgência de compreender o problema e enfrentá-lo com base científica e acolhimento.

O aumento da obesidade infantil é resultado de uma combinação complexa de fatores: predisposição genética, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, desajustes hormonais e até o ambiente em que a criança vive.

É, portanto, uma condição que precisa ser tratada de forma ampla e contínua, com participação da família e acompanhamento médico especializado.

Causas da obesidade infantil

O ganho excessivo de peso na infância geralmente é causado por um desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético, mas essa explicação isolada é insuficiente. O organismo infantil é influenciado por múltiplos aspectos fisiológicos e comportamentais.

Entre as causas mais comuns estão:

  • Fatores genéticos e familiares: crianças com pais obesos têm maior predisposição à obesidade, tanto por herança genética quanto pela repetição de padrões alimentares e comportamentais;
  • Alimentação inadequada: o consumo excessivo de ultraprocessados, bebidas açucaradas e fast-foods, aliado à baixa ingestão de frutas, verduras e proteínas, contribui para o acúmulo de gordura corporal;
  • Sedentarismo: a redução das atividades físicas e o aumento do tempo diante de telas são fatores determinantes para o ganho de peso;
  • Fatores hormonais e metabólicos: alterações na função tireoidiana, resistência à insulina e distúrbios hormonais também podem favorecer a obesidade;
  • Aspectos psicológicos: ansiedade, estresse e carência afetiva podem levar a episódios de compulsão alimentar ou à associação do ato de comer com conforto emocional.

A compreensão dessas causas é essencial para que o tratamento seja direcionado de forma individualizada, respeitando as particularidades de cada paciente.

Está gostando deste artigo? Então leia também – Obesidade infantil: causas, riscos e a importância do acompanhamento multidisciplinar.

Riscos e complicações

A obesidade infantil traz riscos importantes para a saúde imediata e futura. A criança obesa tem maior probabilidade de tornar-se um adulto obeso e de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis. Entre as principais complicações estão:

  • Doenças metabólicas: aumento da resistência à insulina, diabetes tipo 2 e dislipidemias (colesterol e triglicerídeos elevados);
  • Complicações cardiovasculares: hipertensão arterial e maior risco de aterosclerose precoce;
  • Distúrbios hormonais: puberdade precoce e irregularidades menstruais em meninas;
  • Alterações osteoarticulares: dores em joelhos e coluna, decorrentes da sobrecarga mecânica;
  • Impactos psicológicos: baixa autoestima, bullying escolar, isolamento e depressão.

Essas consequências reforçam que a obesidade infantil deve ser tratada com a mesma seriedade dedicada a qualquer outra doença crônica.

Ignorar os sinais ou esperar que a criança “cresça e perca peso naturalmente” pode comprometer de forma duradoura sua saúde e qualidade de vida.

Diagnóstico e avaliação médica

O diagnóstico da obesidade infantil é feito por meio do índice de massa corporal (IMC) ajustado para idade e sexo, além de uma avaliação clínica completa.

O endocrinologista é o profissional indicado para avaliar e tratar a obesidade infantil, solicitando exames complementares conforme necessário.

Essa análise permite classificar o grau de obesidade, identificar fatores de risco associados e definir o plano terapêutico mais adequado. O objetivo não é apenas reduzir o peso, mas restaurar o equilíbrio metabólico e promover hábitos saudáveis duradouros.

O tratamento multidisciplinar

O manejo da obesidade infantil deve envolver uma equipe multidisciplinar. O tratamento isolado, focado apenas em dieta ou atividade física, tende a apresentar resultados temporários. A abordagem integrada é o caminho mais eficaz e seguro.

Endocrinologista

Responsável por conduzir a avaliação metabólica e hormonal, o endocrinologista coordena o tratamento clínico, acompanha o crescimento e monitora os parâmetros laboratoriais. 

Também orienta sobre eventuais medicações, quando indicadas, e sobre o ritmo seguro de perda de peso.

Nutricionista

O nutricionista cria um plano alimentar compatível com a idade da criança, suas preferências e necessidades calóricas, priorizando alimentos in natura, variedade nutricional e equilíbrio. O foco deve ser a formação de bons hábitos, e não dietas restritivas.

Psicólogo

O suporte psicológico é indispensável, pois a alimentação está intimamente ligada às emoções. O psicólogo ajuda a identificar gatilhos comportamentais, trabalhar a autoestima e envolver a família no processo, promovendo mudanças de forma positiva e sustentável.

Em alguns casos, também pode ser indicado o acompanhamento com educador físico, para estimular a prática de exercícios de forma segura e prazerosa.

O papel da família

O tratamento da obesidade infantil é um compromisso coletivo, que envolve toda a família. Pais e responsáveis precisam atuar como exemplos e parceiros nesse processo.

Mudanças simples na rotina podem gerar grandes resultados, como:

  • Fazer as refeições em família, sem distrações digitais;
  • Reduzir a compra e o consumo de alimentos industrializados;
  • Incentivar brincadeiras e atividades ao ar livre;
  • Estabelecer horários regulares de sono;
  • Evitar o uso da comida como recompensa ou punição.

A criação de um ambiente saudável, equilibrado e livre de julgamentos é fundamental para que a criança se sinta acolhida e motivada a adotar novos hábitos.

Leia mais – Alterações hormonais na adolescência: saiba quais são as principais mudanças!

A importância do acompanhamento contínuo

A obesidade infantil não tem cura rápida. É um processo de cuidado constante, que requer tempo, paciência e vigilância clínica. O acompanhamento periódico com a equipe multidisciplinar permite avaliar resultados, ajustar condutas e prevenir recaídas.

Mais do que controlar o peso, o objetivo do tratamento é promover saúde e qualidade de vida, estimulando o crescimento saudável, o equilíbrio emocional e a autonomia da criança sobre suas escolhas.

Conclusão

A obesidade infantil é uma doença que precisa ser compreendida e tratada com seriedade. O excesso de peso na infância não é uma fase passageira, nem um problema estético, mas um sinal de desequilíbrio que exige atenção médica e familiar.

Com diagnóstico precoce, acompanhamento especializado e envolvimento dos pais, é possível controlar a obesidade e evitar suas complicações.

Tratar é prevenir. E prevenir é garantir que cada criança possa crescer com saúde, autoestima e bem-estar. E nós da MEDSSIM nos colocamos à sua disposição para avaliar a saúde do seu filho e propor o melhor tratamento possível.

Posts Relacionados

Psicóloga Regiane Silva

CRP 06/102620

Graduada pela Universidade do Sagrado Coração USC – Bauru; membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – Integrante da comissão de especializadas associadas (COESAS )

Especialista em transtornos alimentares e obesidade e cirurgia bariátrica.

Clínica de atuação – Psicanálise

Nutricionista Juliana Roque Martins Pugliese

CRN 22242

Nutricionista formada pela UNIFEV – Centro Educacional de Votuporanga – SP

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Pós-graduação em alimentos funcionais, fitoterapia e suplementação FAMERP Rio Preto-SP

Capacitação em tratamento nutricional na cirurgia bariátrica – São Paulo

Dr. Caio Junqueira Marçal

CRM 125476

Residência Médica em Ortopedia/Traumatologia e Cirurgia do Joelho e Trauma pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ)

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício (SBMEE)

Membro associado da ISAKOS (International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine)

Dr. Tarso Nascimbem Ferraz

CRM 144442

Médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia

Professor de Urologia e Cirurgia Geral da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Dra. Patrícia Nascimbem Pugliese Pires​

CRM-SP 112108​

Médica formada pela Faculdade de Medicina da USP – São Paulo

Residência médica em Clínica Médica e Endocrinologia
e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da USP –
São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Endocrinologia
e Metabologia RQE:31240

Certificado de Atuação na área de Endocrinologia Pediátrica RQE:312401

Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia
e Metabologia SBEM  

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Dr. Vitor Maia Pires

CRM-SP 113.081 | CRM-MS 13.003

Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto

Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas da USP – São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Cirurgia Bariátrica RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia Videolaparoscópica  RQE 312421

Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 

Membro do American College of Surgeons – FACS