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Como identificar intolerância à lactose? Conheça os sintomas mais comuns!

Você já se sentiu inchado, teve dores abdominais ou diarreia após consumir leite ou derivados? Esses podem ser sinais de que seu organismo tem dificuldade em digerir a lactose, o açúcar natural presente no leite.

Neste artigo, você vai entender como identificar intolerância à lactose, quais são os sintomas mais comuns, os exames disponíveis e o que fazer caso o diagnóstico se confirme. Boa leitura!

O que é a intolerância à lactose?

A intolerância à lactose é a incapacidade parcial ou total de digerir a lactose, o principal açúcar presente no leite e em seus derivados.

Isso ocorre devido à deficiência da enzima lactase, responsável por quebrar a lactose em glicose e galactose para que possam ser absorvidas pelo intestino delgado.

Quando essa digestão não acontece corretamente, a lactose chega intacta ao intestino grosso, onde é fermentada por bactérias, causando sintomas desconfortáveis.

Existem três tipos principais de intolerância:

  • Primária (ou hipolactasia do adulto): é a mais comum e ocorre com o envelhecimento, quando a produção da lactase diminui naturalmente;
  • Secundária: resulta de alguma condição que danifica o intestino, como doenças inflamatórias, infecções ou tratamentos como quimioterapia;
  • Congênita: rara, é uma condição genética em que o bebê já nasce sem a capacidade de produzir lactase.

Está gostando deste artigo? Então leia também – Obesidade infantil: o que é, causas, diagnósticos e potenciais tratamentos.

Como identificar intolerância à lactose?

Identificar a intolerância à lactose pode ser desafiador, pois os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem se confundir com outras condições gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável.

No entanto, há sinais característicos que surgem geralmente entre 30 minutos a 2 horas após o consumo de alimentos com lactose. Entre os sintomas mais comuns, destacam-se:

1. Distensão abdominal e gases

A fermentação da lactose não digerida pelas bactérias intestinais gera gases, que provocam inchaço, sensação de estufamento e flatulência. Esse desconforto abdominal é um dos indícios mais frequentes da intolerância.

2. Diarreia ou fezes amolecidas

Quando a lactose permanece no intestino sem ser digerida, ela atrai água para o lúmen intestinal, levando à diarreia. Esse sintoma é mais comum em casos moderados ou graves de intolerância.

3. Cólicas e dores abdominais

A presença de gases e o aumento do trânsito intestinal provocam cólicas dolorosas, principalmente na região inferior do abdômen. A dor pode ser pontual ou difusa, variando conforme a sensibilidade de cada indivíduo.

4. Náusea e sensação de mal-estar

Em alguns casos, o consumo de leite ou derivados pode gerar náuseas, enjoos e até vômitos, principalmente quando o alimento foi consumido em grandes quantidades.

5. Urgência para evacuar

A intolerância pode causar uma necessidade urgente de ir ao banheiro, o que prejudica a rotina e impacta a qualidade de vida. É importante destacar que a intensidade dos sintomas depende da quantidade de lactose ingerida e do nível de deficiência da lactase.

Algumas pessoas conseguem consumir pequenas quantidades de queijo ou iogurte, por exemplo, sem apresentar sintomas, enquanto outras reagem mesmo com pequenas quantidades de alimentos com lactose.

Diagnóstico: quais exames confirmam a intolerância?

Ao perceber sinais frequentes após a ingestão de produtos lácteos, é essencial procurar orientação médica. O gastroenterologista poderá solicitar exames específicos para confirmar o diagnóstico. Os principais são:

Teste de intolerância à lactose

Esse teste consiste em ingerir uma dose de lactose e medir a glicemia em intervalos regulares. Se a lactose for digerida, a glicose aumenta no sangue. Se não houver aumento, é sinal de má digestão da lactose.

Teste do hidrogênio expirado

Após a ingestão de lactose, o paciente sopra em um aparelho que mede o nível de hidrogênio no ar expirado. Quando a lactose não é digerida e fermenta no intestino grosso, há aumento da produção de hidrogênio, detectável no teste.

Teste de acidez nas fezes (mais usado em crianças)

A fermentação da lactose libera ácidos orgânicos nas fezes, tornando-as mais ácidas. Esse exame é simples, mas geralmente utilizado em pediatria.

Diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite

É muito comum confundir intolerância à lactose com alergia à proteína do leite, mas são condições completamente diferentes.

  • A intolerância é uma deficiência enzimática, que causa desconfortos gastrointestinais.
  • A alergia é uma resposta imunológica, em que o sistema imune reage às proteínas do leite (como caseína e beta-lactoglobulina), podendo causar sintomas respiratórios, cutâneos e até anafilaxia.

Por isso, o diagnóstico correto é fundamental para indicar o tratamento adequado.

O que fazer se eu tiver intolerância à lactose?

O tratamento da intolerância à lactose não exige medicações específicas, mas sim mudanças no estilo de vida. As principais medidas incluem:

Redução ou exclusão de alimentos com lactose

Evitar leite, queijos frescos, iogurtes tradicionais, creme de leite e produtos industrializados com soro de leite na composição é essencial. Ler rótulos com atenção passa a ser uma prática diária.

Uso de produtos sem lactose

Hoje existem diversas versões de leite e derivados zero lactose, que são submetidos à adição da enzima lactase industrial, tornando-os mais seguros para quem tem intolerância.

Suplementação com lactase

Em alguns casos, é possível consumir alimentos com lactose junto com cápsulas de lactase, facilitando a digestão. Esse recurso é útil para ocasiões sociais ou refeições fora de casa.

Acompanhamento nutricional

Contar com a orientação de um nutricionista ajuda a garantir uma dieta equilibrada, rica em cálcio, vitamina D e proteínas, nutrientes presentes no leite e que devem ser repostos por outras fontes (como vegetais verdes, oleaginosas, sardinha e alimentos fortificados).

Intolerância à lactose tem cura?

A intolerância primária é uma condição crônica, ou seja, não tem cura, mas pode ser perfeitamente controlada com ajustes alimentares.

Já a intolerância secundária pode ser revertida se a doença de base for tratada e o intestino recuperar sua capacidade de produzir lactase. Em qualquer caso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento profissional fazem toda a diferença.

Leia mais – Refluxo Gastroesofágico: o que é, quais são os sintomas, como é o diagnóstico e principais tratamentos.

Considerações finais

Conforme vimos, saber como identificar intolerância à lactose é um passo importante para quem convive com desconfortos digestivos frequentes e ainda não sabe a causa.

Assim sendo, se você percebe que certos alimentos provocam inchaço, cólicas ou alterações intestinais, vale a pena buscar avaliação médica e realizar os exames adequados.

Com informação, diagnóstico correto e mudanças simples na alimentação, é possível controlar os sintomas e viver com muito mais bem-estar. E lembre-se: o cuidado com o intestino é parte essencial da saúde como um todo.

E nós da MEDSSIM estamos aqui para te ajudar. Se você acredita ter intolerância à lactose, marque a sua consulta o quanto antes. Afinal, cuidar da sua saúde é cuidar de você!

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Psicóloga Regiane Silva

CRP 06/102620

Graduada pela Universidade do Sagrado Coração USC – Bauru; membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – Integrante da comissão de especializadas associadas (COESAS )

Especialista em transtornos alimentares e obesidade e cirurgia bariátrica.

Clínica de atuação – Psicanálise

Nutricionista Juliana Roque Martins Pugliese

CRN 22242

Nutricionista formada pela UNIFEV – Centro Educacional de Votuporanga – SP

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Pós-graduação em alimentos funcionais, fitoterapia e suplementação FAMERP Rio Preto-SP

Capacitação em tratamento nutricional na cirurgia bariátrica – São Paulo

Dr. Caio Junqueira Marçal

CRM 125476

Residência Médica em Ortopedia/Traumatologia e Cirurgia do Joelho e Trauma pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ)

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício (SBMEE)

Membro associado da ISAKOS (International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine)

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CRM 144442

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Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

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Dra. Patrícia Nascimbem Pugliese Pires​

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Residência médica em Clínica Médica e Endocrinologia
e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da USP –
São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Endocrinologia
e Metabologia RQE:31240

Certificado de Atuação na área de Endocrinologia Pediátrica RQE:312401

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e Metabologia SBEM  

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Dr. Vitor Maia Pires

CRM-SP 113.081 | CRM-MS 13.003

Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto

Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas da USP – São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Cirurgia Bariátrica RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia Videolaparoscópica  RQE 312421

Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 

Membro do American College of Surgeons – FACS