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Resistência à insulina: entenda o que é, por que acontece e como afeta o corpo

A resistência à insulina é uma condição metabólica comum, silenciosa e multifatorial, frequentemente associada ao ganho de peso, à obesidade e ao desenvolvimento do diabetes tipo 2.

No Brasil, pesquisas mostram que o problema atinge diferentes faixas etárias. Um estudo realizado em Recife (PE) identificou resistência à insulina em 25,3% dos adolescentes avaliados.

Entre mulheres com síndrome dos ovários policísticos, a prevalência varia de 33% a 70,5%, enquanto em idosos, cerca de 18,2% apresentam o quadro.

Esses dados reforçam que a resistência à insulina pode acometer tanto jovens quanto adultos e idosos, muitas vezes sem diagnóstico, exigindo maior atenção à prevenção e ao acompanhamento médico.

Neste artigo, você vai entender o que é a resistência à insulina, por que ela acontece, quais são seus sintomas e como ela se relaciona com o metabolismo, o peso corporal e o diabetes tipo 2. Boa leitura!

O que é resistência à insulina?

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas responsável por permitir que a glicose (açúcar proveniente dos alimentos) entre nas células, onde será usada como fonte de energia.

Na resistência à insulina, as células do corpo — especialmente as musculares, hepáticas e adiposas — passam a responder de forma menos eficiente à ação da insulina. Isso significa que, mesmo com o hormônio circulando no sangue, a glicose tem dificuldade para penetrar nas células.

Como resposta, o pâncreas aumenta a produção de insulina para tentar compensar essa resistência. Com o tempo, o organismo entra em um estado de hiperinsulinemia (excesso de insulina no sangue), o que mantém a glicose aparentemente controlada por um período. 

No entanto, essa adaptação não é sustentável e, gradualmente, pode evoluir para pré-diabetes e diabetes tipo 2.

Está gostando deste artigo? Então leia também – Obesidade infantil: causas, riscos e a importância do acompanhamento multidisciplinar.

Por que a resistência à insulina acontece?

A resistência à insulina tem origem multifatorial. Envolve aspectos genéticos, hormonais e ambientais, sendo o estilo de vida um dos fatores mais relevantes.

Entre as principais causas, destacam-se:

  • Excesso de gordura corporal, especialmente a gordura visceral (abdominal);
  • Sedentarismo, que reduz a sensibilidade das células à insulina;
  • Alimentação rica em açúcares simples, ultraprocessados e gorduras saturadas;
  • Estresse crônico e privação de sono, que aumentam a liberação de hormônios que antagonizam a insulina;
  • Predisposição genética, como histórico familiar de diabetes tipo 2;
  • Alterações hormonais, como síndrome dos ovários policísticos e síndrome metabólica.

A gordura visceral, em particular, é um fator de grande impacto. Esse tipo de gordura libera substâncias inflamatórias que interferem na ação da insulina, contribuindo diretamente para a resistência metabólica.

Sintomas e sinais de alerta

A resistência à insulina geralmente não apresenta sintomas evidentes nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando presentes, os sinais e sintomas estão relacionados às consequências metabólicas da resistência à insulina e à hiperinsulinemia compensatória. Os principais são:

  • Acanthosis nigricans: é o escurecimento e o espessamento da pele, que fica com aspecto aveludado, principalmente no pescoço, axilas e outras áreas de dobras. É um dos sinais mais típicos da resistência à insulina.
  • Acúmulo de gordura na barriga: o aumento da gordura abdominal (também chamada de obesidade central) é um marcador importante e costuma estar presente junto com a resistência à insulina.
  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP): nas mulheres, a resistência à insulina pode estar ligada à SOP, que causa ciclos menstruais irregulares, aumento de pelos no corpo e dificuldade para engravidar.
  • Pressão alta e alterações no colesterol e triglicerídeos: são problemas que muitas vezes aparecem juntos e fazem parte da chamada síndrome metabólica.
  • Açúcar alto no sangue (hiperglicemia): com o tempo, pode evoluir para diabetes tipo 2. Em estágios mais avançados, podem surgir sintomas como urinar demais, sentir muita sede e emagrecer sem querer.
  • Cansaço e dificuldade para perder peso: sintomas comuns, embora nem sempre específicos, em quem tem resistência à insulina.

A relação entre resistência à insulina e ganho de peso

A resistência à insulina pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade, mas não é considerada a causa primária da obesidade na maioria dos casos.

Ou seja, a obesidade, especialmente a obesidade central, leva ao desenvolvimento de resistência à insulina. Mas quando os níveis de insulina permanecem constantemente altos, o corpo tende a acumular gordura com mais facilidade e tem dificuldade para utilizá-la como fonte de energia.

Em resumo, existe um ciclo de mão dupla:

  • O excesso de peso favorece o surgimento da resistência à insulina.
  • E a resistência à insulina, por sua vez, pode facilitar o ganho de peso e dificultar o emagrecimento.

Da resistência ao diabetes tipo 2

Com o tempo, o pâncreas pode não conseguir manter a produção de insulina em níveis suficientes para compensar a resistência das células. Quando isso acontece, os níveis de glicose no sangue aumentam de forma progressiva, caracterizando o pré-diabetes.

Sem intervenção, o quadro evolui para diabetes tipo 2, uma doença crônica que exige acompanhamento contínuo e pode causar complicações cardiovasculares, renais e neurológicas.

Por isso, identificar e tratar a resistência à insulina antes do surgimento do diabetes é uma das estratégias mais eficazes de prevenção em saúde metabólica.

Como prevenir e tratar a resistência à insulina?

O tratamento visa melhorar a sensibilidade das células à insulina e reduzir os fatores que agravam a resistência. A base do manejo é o estilo de vida saudável, com ajustes na alimentação, atividade física e controle do estresse.

Alimentação equilibrada

Uma dieta rica em alimentos naturais e pobres em ultraprocessados é essencial. Recomenda-se priorizar legumes, verduras, frutas, grãos integrais, proteínas magras e gorduras boas, como azeite e oleaginosas.

Reduzir o consumo de açúcares refinados, bebidas adoçadas e farinhas brancas ajuda a controlar os níveis de insulina.

Atividade física regular

O exercício físico é um dos estímulos mais eficazes para aumentar a sensibilidade das células à insulina. 

Tanto as atividades aeróbicas (como caminhada, corrida ou ciclismo) quanto os exercícios de resistência (como musculação) têm efeito comprovado na melhora do metabolismo.

Sono e controle do estresse

A privação de sono e o estresse crônico elevam o cortisol, hormônio que reduz a ação da insulina. Dormir bem e buscar estratégias de relaxamento fazem parte do tratamento.

Acompanhamento médico

O acompanhamento médico é fundamental. Em alguns casos, o uso de medicamentos como a metformina pode ser indicado, sempre sob orientação profissional.

Além disso, é importante monitorar periodicamente os níveis de glicose, hemoglobina glicada e lípides por meio de exames laboratoriais.

Quando procurar avaliação médica

Pessoas com histórico familiar de diabetes, sobrepeso, obesidade abdominal ou sintomas compatíveis devem procurar um médico para avaliação.

Detectar a resistência à insulina precocemente permite reverter o quadro e reduzir significativamente o risco de evoluir para o diabetes tipo 2.

Na MEDSSIM, a abordagem é voltada para o cuidado integral e a educação em saúde. A resistência à insulina não é apenas um desequilíbrio hormonal: é um sinal de que o corpo precisa de atenção, movimento e equilíbrio.

Conclusão

A resistência à insulina é uma condição que se desenvolve de forma silenciosa, mas com consequências significativas. Ela representa o ponto de partida de um conjunto de alterações metabólicas que, se não tratadas, podem comprometer a saúde.

Porém, com diagnóstico precoce, mudança de hábitos e acompanhamento profissional, é possível reverter a resistência, controlar o peso e prevenir o diabetes tipo 2.

O primeiro passo é compreender que o cuidado com o metabolismo é, antes de tudo, um investimento em qualidade de vida e longevidade. E nós da MEDSSIM, nos colocamos à sua disposição. Entre em contato conosco e entenda como podemos te ajudar!

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Psicóloga Regiane Silva

CRP 06/102620

Graduada pela Universidade do Sagrado Coração USC – Bauru; membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – Integrante da comissão de especializadas associadas (COESAS )

Especialista em transtornos alimentares e obesidade e cirurgia bariátrica.

Clínica de atuação – Psicanálise

Nutricionista Juliana Roque Martins Pugliese

CRN 22242

Nutricionista formada pela UNIFEV – Centro Educacional de Votuporanga – SP

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Pós-graduação em alimentos funcionais, fitoterapia e suplementação FAMERP Rio Preto-SP

Capacitação em tratamento nutricional na cirurgia bariátrica – São Paulo

Dr. Caio Junqueira Marçal

CRM 125476

Residência Médica em Ortopedia/Traumatologia e Cirurgia do Joelho e Trauma pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ)

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício (SBMEE)

Membro associado da ISAKOS (International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine)

Dr. Tarso Nascimbem Ferraz

CRM 144442

Médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia

Professor de Urologia e Cirurgia Geral da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Dra. Patrícia Nascimbem Pugliese Pires​

CRM-SP 112108​

Médica formada pela Faculdade de Medicina da USP – São Paulo

Residência médica em Clínica Médica e Endocrinologia
e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da USP –
São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Endocrinologia
e Metabologia RQE:31240

Certificado de Atuação na área de Endocrinologia Pediátrica RQE:312401

Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia
e Metabologia SBEM  

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Dr. Vitor Maia Pires

CRM-SP 113.081 | CRM-MS 13.003

Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto

Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas da USP – São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Cirurgia Bariátrica RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia Videolaparoscópica  RQE 312421

Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 

Membro do American College of Surgeons – FACS