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Sintomas de diabetes tipo 1 em crianças: como identificar e o que fazer

A infância é um período marcado por mudanças constantes — no crescimento, no comportamento e nos hábitos. Por isso, alguns sintomas de doenças podem passar despercebidos ou ser confundidos com fases do desenvolvimento.

O diabetes tipo 1 em crianças é uma condição autoimune que exige atenção, diagnóstico precoce e tratamento contínuo para garantir qualidade de vida.

Neste artigo, você vai entender quais são os principais sintomas de diabetes tipo 1 em crianças, as diferenças em relação ao tipo 2, o que pode levar ao desenvolvimento da doença, além de dicas importantes para o acompanhamento médico e prevenção de complicações.

Diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2

Embora ambos os tipos de diabetes envolvem alterações na forma como o corpo regula a glicose (açúcar) no sangue, suas causas, tratamentos e prevalência em crianças são diferentes:

Diabetes tipo 1

É uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina.

Com isso, a insulina praticamente deixa de ser produzida, e a glicose se acumula no sangue. É o tipo de diabetes mais comum em crianças e adolescentes e o tratamento exige aplicação de insulina diária desde o diagnóstico.

Diabetes tipo 2

Está relacionado à resistência à insulina e geralmente é influenciado por fatores como obesidade, sedentarismo e predisposição genética.

É mais comum em adultos, mas sua ocorrência vem aumentando entre crianças e adolescentes devido ao crescimento dos índices de obesidade infantil. Seu tratamento inclui mudanças no estilo de vida e medicamentos.

Estatísticas do diabetes tipo 1 em crianças

Segundo dados da International Diabetes Federation (IDF), mais de 1,2 milhão de crianças e adolescentes vivem com diabetes tipo 1 em todo o mundo.

No Brasil, estima-se que cerca de 100 mil crianças e adolescentes convivem com a condição, sendo um dos países com maior incidência na América Latina.

O que pode levar uma criança a desenvolver diabetes tipo 1?

Ao contrário do tipo 2, que pode estar relacionado a hábitos alimentares e sedentarismo, o diabetes tipo 1 tem causas autoimunes e genéticas.

O organismo da criança passa a atacar as próprias células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, levando à destruição progressiva dessas células.

Entre os fatores associados ao desenvolvimento da doença, destacam-se:

  • Predisposição genética: ter um parente de primeiro grau com diabetes tipo 1 aumenta o risco;
  • Fatores ambientais: algumas pesquisas apontam que infecções virais, consumo precoce de leite de vaca ou desmame precoce podem estar associados ao início da doença em pacientes que tenham a predisposição genética, embora ainda não haja consenso científico;
  • Processos autoimunes: o diabetes tipo 1 está frequentemente relacionado a outras doenças autoimunes, como hipotireoidismo e doença celíaca.

Vale lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, o consumo de açúcar não causa diabetes tipo 1.

Principais sintomas de diabetes tipo 1 em crianças

Os sintomas geralmente aparecem de forma rápida e intensa. É comum os pais notarem uma mudança significativa no comportamento e nos hábitos da criança em poucos dias ou semanas.

Os principais sintomas de diabetes tipo 1 em crianças incluem:

1. Sede excessiva (polidipsia)

A criança passa a sentir sede o tempo todo, mesmo após beber bastante água. 

2. Vontade frequente de urinar (poliúria)

A ingestão aumentada de líquidos leva a idas mais frequentes ao banheiro — inclusive durante a madrugada. Crianças que já não tinham mais escapes urinários podem voltar a tê-los.

3. Fome em excesso (polifagia)

Mesmo comendo bastante, a criança continua sentindo muita fome, pois o corpo não consegue usar a glicose disponível como fonte de energia.

4. Perda de peso repentina

Apesar de comer mais, a criança perde peso rapidamente. Isso ocorre porque o corpo começa a queimar gordura e massa muscular como fonte alternativa de energia.

5. Cansaço e fraqueza

A criança pode parecer sem energia, desanimada, com dificuldade para brincar ou realizar atividades que antes eram normais.

6. Mau hálito com cheiro adocicado ou de acetona

Esse sintoma pode indicar um estado mais grave da doença, chamado cetoacidose diabética, e exige atendimento médico imediato.

7. Irritabilidade ou mudanças de humor

Com o desequilíbrio nos níveis de açúcar no sangue, é comum que a criança fique mais irritada ou emocionalmente instável.

Quando suspeitar e procurar ajuda médica

Se a criança apresentar dois ou mais dos sintomas listados acima, especialmente perda de peso e aumento da sede e urina, é fundamental procurar um pediatra ou endocrinologista pediátrico. Um simples exame de glicemia pode confirmar o diagnóstico.

O diagnóstico precoce é importante para evitar o agravamento para cetoacidose diabética — uma complicação grave e potencialmente fatal causada pela falta de insulina, que pode levar à desidratação severa, vômitos, sonolência e até perda de consciência.

O que acontece após o diagnóstico?

Receber o diagnóstico de diabetes tipo 1 em uma criança é um momento desafiador para toda a família. Mas com o tratamento correto e apoio adequado, é possível levar uma vida saudável, ativa e com qualidade.

O tratamento envolve:

  • Aplicações diárias de insulina (com canetas ou bombas de infusão);
  • Monitoramento frequente da glicemia;
  • Alimentação equilibrada e adaptada;
  • Atividade física regular (com orientação médica);
  • Apoio psicológico para a criança e os cuidadores.

Além disso, educação em diabetes é fundamental para que a família compreenda os cuidados, previna crises de hipoglicemia ou hiperglicemia e lide melhor com o cotidiano.

É possível prevenir o diabetes tipo 1?

Infelizmente, não. Como se trata de uma condição autoimune, ainda não existem formas conhecidas de prevenção. No entanto, o diagnóstico precoce faz toda a diferença para evitar complicações, principalmente cetoacidose no início da doença.

Já no caso do diabetes tipo 2 em adolescentes, há sim possibilidade de prevenção com hábitos saudáveis desde a infância.

Convivendo com o diabetes tipo 1: um olhar positivo

Mesmo sendo uma condição crônica e que exige cuidados constantes, o diabetes tipo 1 não impede a criança de ter uma vida plena. Com acesso ao tratamento, orientação especializada e acolhimento emocional, é possível garantir uma infância feliz e ativa.

Muitas crianças com diabetes tornam-se atletas, artistas, cientistas — vivendo com autonomia e saúde, desde que tenham acesso aos recursos adequados.

Conclusão

Como vimos, saber identificar os sintomas de diabetes tipo 1 em crianças é fundamental para agir rápido e garantir o tratamento necessário. A sede excessiva, aumento da urina, perda de peso e cansaço são sinais de alerta que não devem ser ignorados.

Se você é pai, mãe, educador ou responsável por uma criança e notou algum desses sintomas, procure um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce pode salvar vidas e permitir que o tratamento seja iniciado sem complicações.

E nós da Medssim nos colocamos à sua disposição para avaliar os sintomas, orientar e propor o tratamento mais indicado para o seu filho. Agende sua consulta!

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Psicóloga Regiane Silva

CRP 06/102620

Graduada pela Universidade do Sagrado Coração USC – Bauru; membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – Integrante da comissão de especializadas associadas (COESAS )

Especialista em transtornos alimentares e obesidade e cirurgia bariátrica.

Clínica de atuação – Psicanálise

Nutricionista Juliana Roque Martins Pugliese

CRN 22242

Nutricionista formada pela UNIFEV – Centro Educacional de Votuporanga – SP

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Pós-graduação em alimentos funcionais, fitoterapia e suplementação FAMERP Rio Preto-SP

Capacitação em tratamento nutricional na cirurgia bariátrica – São Paulo

Dr. Caio Junqueira Marçal

CRM 125476

Residência Médica em Ortopedia/Traumatologia e Cirurgia do Joelho e Trauma pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ)

Membro titular com Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício (SBMEE)

Membro associado da ISAKOS (International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine)

Dr. Tarso Nascimbem Ferraz

CRM 144442

Médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Residência Médica em Cirurgia Geral e Urologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia

Professor de Urologia e Cirurgia Geral da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Dra. Patrícia Nascimbem Pugliese Pires​

CRM-SP 112108​

Médica formada pela Faculdade de Medicina da USP – São Paulo

Residência médica em Clínica Médica e Endocrinologia
e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da USP –
São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Endocrinologia
e Metabologia RQE:31240

Certificado de Atuação na área de Endocrinologia Pediátrica RQE:312401

Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia
e Metabologia SBEM  

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Dr. Vitor Maia Pires

CRM-SP 113.081 | CRM-MS 13.003

Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto

Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas da USP – São Paulo (HCFMUSP-SP) 

Título de especialista em Cirurgia Bariátrica RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia Videolaparoscópica  RQE 312421

Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 

Membro do American College of Surgeons – FACS