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Hipotiroidismo em crianças: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamentos!

O hipotiroidismo em crianças é uma condição que exige atenção e diagnóstico precoce. Quando não tratado corretamente, pode comprometer o crescimento, o desenvolvimento neurológico e até mesmo a qualidade de vida.

Neste artigo, vamos explicar o que é o hipotiroidismo, quais são os principais sintomas, como é feito o diagnóstico e quais os tratamentos disponíveis — além de alertar sobre os riscos do não tratamento na infância. Boa leitura!

O que é hipotiroidismo em crianças?

O hipotiroidismo é uma condição em que a glândula tireoide, localizada na parte anterior do pescoço, não produz hormônios suficientes para as necessidades do corpo.

Esses hormônios — principalmente a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) — são fundamentais para o crescimento, metabolismo e desenvolvimento neurológico.

Quando essa deficiência ocorre em crianças, o impacto pode ser ainda mais significativo, pois o organismo está em pleno desenvolvimento.

Está gostando deste artigo? Então leia também – Obesidade infantil: o que é, causas, diagnósticos e potenciais tratamentos.

Tipos de hipotiroidismo infantil

Existem, basicamente dois tipos de hipotiroidismo infantil:

  • Hipotiroidismo congênito;
  • Hipotiroidismo adquirido.

Hipotiroidismo congênito

Ocorre quando o bebê já nasce com a deficiência hormonal. Pode ser causado por má formação da glândula tireoide ou defeitos na produção hormonal. É uma das causas mais comuns de retardo mental evitável no mundo, por isso, o teste do pezinho é tão importante.

Hipotiroidismo adquirido

Pode se desenvolver mais tarde na infância, geralmente por doenças autoimunes (como a tireoidite de Hashimoto), deficiência de iodo ou efeitos colaterais de medicamentos.

Quais são os sintomas do hipotiroidismo em crianças?

Os sintomas variam conforme a idade e a gravidade da deficiência hormonal.

Nos recém-nascidos, os sinais podem ser sutis, o que reforça a importância do diagnóstico precoce por meio de triagem neonatal. Já em crianças maiores, os sintomas são mais perceptíveis.

Em recém-nascidos:

  • Icterícia prolongada (pele e olhos amarelados);
  • Choro rouco;
  • Língua aumentada (macroglossia);
  • Dificuldade para mamar;
  • Constipação intestinal;
  • Pouca atividade motora;
  • Hérnia umbilical;
  • Atraso no fechamento das fontanelas (moleiras).

Em crianças maiores:

  • Atraso no crescimento e no desenvolvimento físico;
  • Cansaço e sonolência excessiva;
  • Pele seca e fria;
  • Prisão de ventre;
  • Dificuldade de concentração e aprendizagem;
  • Queda de cabelo;
  • Ganho de peso sem causa aparente;
  • Puberdade atrasada.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do hipotiroidismo em crianças pode ser feito de forma precoce no caso congênito, por meio do teste do pezinho, realizado entre o 3º e o 5º dia de vida. Esse exame detecta alterações nos níveis de TSH (hormônio estimulador da tireoide) e T4.

Em crianças mais velhas, o diagnóstico depende da avaliação clínica e de exames laboratoriais, que geralmente incluem:

  • Dosagem de TSH e T4 livre no sangue;
  • Ultrassonografia da tireóide (em alguns casos);
  • Pesquisa de anticorpos antitireoidianos, quando há suspeita de origem autoimune.

O que acontece se o hipotiroidismo não for tratado na infância?

O hipotiroidismo infantil não tratado pode gerar consequências sérias e, em alguns casos, irreversíveis. Quanto mais precoce a deficiência hormonal e maior o tempo sem tratamento, maiores os prejuízos para o desenvolvimento da criança.

Possíveis consequências:

  • Atraso mental: especialmente em casos de hipotiroidismo congênito sem tratamento nas primeiras semanas de vida;
  • Déficit de crescimento: a criança pode não atingir a estatura esperada;
  • Problemas escolares: pela lentificação cognitiva e déficit de atenção;
  • Retardo na puberdade e em outras fases do desenvolvimento sexual;
  • Alterações cardiovasculares: como bradicardia (frequência cardíaca baixa) e aumento do colesterol;
  • Problemas emocionais: como depressão infantil e isolamento social.

Por isso, o diagnóstico e início do tratamento devem ser rápidos e eficientes, especialmente nos primeiros meses de vida.

Qual é o tratamento para hipotiroidismo em crianças?

O tratamento é simples e altamente eficaz: consiste na reposição hormonal com levotiroxina sódica, um hormônio sintético que substitui o T4.

A dose deve ser ajustada conforme a idade, o peso e os níveis hormonais da criança, e o acompanhamento é feito regularmente com um endocrinologista pediátrico.

Como é feito o acompanhamento?

  • Dosagem periódica de TSH e T4 livre, especialmente nos primeiros anos;
  • Avaliação do crescimento (peso e altura);
  • Ajuste da medicação conforme necessário;
  • Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor, principalmente em casos de hipotiroidismo congênito.

É importante que a medicação seja tomada diariamente e em jejum, de preferência pela manhã, sempre no mesmo horário. A adesão correta ao tratamento garante que a criança possa se desenvolver normalmente, sem prejuízos cognitivos ou físicos.

O papel dos pais e da escola

Como o tratamento é contínuo e envolve exames regulares, é fundamental que os pais ou responsáveis estejam atentos e bem orientados.

Em crianças em idade escolar, a comunicação com a escola também pode ser importante para acompanhar o desempenho e, se necessário, oferecer apoio pedagógico.

Além disso, os pais devem estar atentos a qualquer mudança no comportamento da criança, como cansaço excessivo, dificuldades na escola, alterações de humor ou ganho de peso repentino — que podem indicar necessidade de reajuste da medicação.

Hipotiroidismo tem cura?

O hipotiroidismo não tem cura, mas tem controle completo com tratamento adequado

Com o acompanhamento correto, crianças com a condição podem ter uma vida absolutamente normal, com desenvolvimento físico, intelectual e emocional igual ao de outras crianças da mesma idade.

Em alguns casos de hipotiroidismo transitório, como os provocados por infecções, medicamentos ou alterações momentâneas da tireoide, o quadro pode se reverter. No entanto, apenas o médico pode avaliar essa possibilidade ao longo do acompanhamento.

Leia também – Refluxo Gastroesofágico: o que é, quais são os sintomas, como é o diagnóstico e principais tratamentos.

Conclusão

Conforme vimos neste artigo, o hipotiroidismo em crianças é uma condição que, apesar de comum, ainda é pouco reconhecida em estágios iniciais.

E o diagnóstico precoce, especialmente no caso congênito, é a chave para evitar consequências graves como retardo mental e dificuldades de desenvolvimento.

Já em crianças maiores, estar atento aos sinais e buscar acompanhamento médico pode evitar complicações e garantir uma vida saudável. A boa notícia é que o tratamento é simples, seguro e eficaz.

Com orientação adequada e seguimento contínuo, a criança poderá crescer feliz, ativa e com saúde. E nós da MEDSSIM estamos aqui para ajudar o seu filho em todas as suas fases. Marque uma consulta hoje mesmo!

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Psicóloga Regiane Silva

CRP 06/102620

Graduada pela Universidade do Sagrado Coração USC – Bauru; membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – Integrante da comissão de especializadas associadas (COESAS )

Especialista em transtornos alimentares e obesidade e cirurgia bariátrica.

Clínica de atuação – Psicanálise

Nutricionista Juliana Roque Martins Pugliese

CRN 22242

Nutricionista formada pela UNIFEV – Centro Educacional de Votuporanga – SP

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – COESAS

Pós-graduação em alimentos funcionais, fitoterapia e suplementação FAMERP Rio Preto-SP

Capacitação em tratamento nutricional na cirurgia bariátrica – São Paulo

Dr. Caio Junqueira Marçal

CRM 125476

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Dra. Patrícia Nascimbem Pugliese Pires​

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Título de especialista em Cirurgia Bariátrica RQE 312422

Título de especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo RQE 312422

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Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 

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